viernes, 3 de marzo de 2017

Música popular 32

Amália Rodrigues (23.07.1920-6.10.1999)
Lisboa Antiga

Numa casa portuguesa fica bem
Pão e vinho sobre a mesa
E se à porta humildemente bate alguém,
Senta-se à mesa com a gente
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
Que o povo nunca a desmente
A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar, e ficar contente

Quatro paredes caiadas,
Um cheirinho à alecrim,
Um cacho de uvas doiradas,
Duas rosas num jardim,
Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera,
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

No conforto pobrezinho do meu lar,
Há fartura de carinho
A cortina da janela e o luar,
Mais o sol que bate nela
Basta pouco, poucochinho pra alegrar
Uma existência singela
É só amor, pão e vinho
E um caldo verde, verdinho
A fumegar na tijela

Quatro paredes caiadas,
Um cheirinho à alecrim,
Um cacho de uvas doiradas,
Duas rosas num jardim,
Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera,
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

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En una casa portuguesa queda bien
pan y vino sobre la mesa,
y si la puerta humildemente toca alguien
se sienta a la mesa con la gente;
queda bien esa franqueza, queda bien,
que el pueblo nunca desmiente,
la alegría de la pobreza
está en esta riqueza
de dar, y quedar contento.

Cuatro paredes encaladas,
un olorcillo a romero,
un racimo de uvas doradas,
dos rosas en un jardín,
un san José de azulejo
más el sol de primavera,
una promesa de besos,
dos brazos a mi espera:
¡es una casa portuguesa, con certeza!,
¡es, con certeza, una casa portuguesa!

En la comodidad pobre de mi hogar
hay hartura de cariño,
la cortina de la ventana y la luz de la luna,
más el sol que da en ella;
basta poco, poquito, para alegrar
una existencia sencilla,
es sólo amor, pan y vino,
y un caldo verde, un caldito
humeando en el tazón.

Cuatro paredes encaladas,
un olorcillo a romero,
un racimo de uvas doradas,
dos rosas en un jardín,
un san José de azulejo
más el sol de primavera,
una promesa de besos,
dos brazos a mi espera:
¡es una casa portuguesa, con certeza!,
¡es, con certeza, una casa portuguesa!
¡Es una casa portuguesa, con certeza!,
¡es, con certeza, una casa portuguesa!

                       Uma Casa Portuguesa,
Reinaldo Ferreira y Vasco Matos Sequeira (trad. Antonio Erena)



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